por Dra. Aline Stoco – Alergista e Imunologista – Colatina-ES
Olá Pessoal!
Hoje vou falar sobre uma opção de tratamento que pode mudar a evolução de algumas doenças alérgicas, como a rinite, conjuntivite alérgica, asma e dermatite atópica: a imunoterapia. Muitos pacientes têm duvidas sobre o que é a imunoterapia alérgeno especifica, mais conhecida como vacinas de alergia. Neste artigo trago uma série de perguntas e respostas sobre o tema com base no site da ASBAI (Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia)
1- O que são Vacinas de Alergia?
As vacinas de alergia são um método de tratamento empregado nas doenças alérgicas há mais de cem anos. Consistem na introdução, por via injetável (subcutânea) ou via sublingual, de quantidades crescentes de uma substância causadora de alergia (alérgeno) com o objetivo de se obter um estado de tolerância a esta substância. Esta forma de vacinação é denominada imunoterapia específica com alérgeno ou simplesmente imunoterapia em alergia.
2- Como as vacinas de alergia funcionam?
As vacinas de alergia regulam a produção de anticorpos, diminuindo os anticorpos da classe IgE (responsáveis pelas alergias) e aumentando os anticorpos IgG4 (tolerância), ou seja, o corpo passa a ficar tolerante à substância que causa alergia. Os efeitos ocorrem aos poucos conforme as vacinas vão sendo aplicadas, observando-se uma redução gradual dos sintomas.
3- Em quais doenças alérgicas estão indicadas as vacinas de Alergia?
As principais doenças mediadas por IgE, para as quais as vacinas de alergia estão indicadas, são:
* Alergia respiratória (asma e rinite alérgica)
* Alergia ocular (conjuntivite alérgica)
* Alergia a picadas de insetos, especialmente abelhas, marimbondos, vespas e formigas
* Alergia de pele, como a Dermatite Atópica
4- Quais os pré-requisitos para se iniciar um tratamento com vacinas ?
O primeiro pré-requisito para se iniciar o tratamento com vacinas é diagnóstico correto. Inicialmente através da historia clínica relacionando o aparecimento dos sintomas com a exposição a substancia em questão. Outro aspecto relevante é a avaliação da presença de resposta alérgica no sangue e na pele. As condições clínicas do paciente devem estar estáveis especialmente nos asmáticos. Isto implica que o tratamento medicamentoso deve estar adequado à idade do paciente, a presença de outros problemas de saúde deve ser discutida caso a caso com o médico alergista que está conduzindo o caso.
5- Durante quanto tempo deve se manter um tratamento com vacinas e qual o seu efeito em longo prazo?
A Imunoterapia tradicional é realizada em duas etapas. A fase de indução que consiste em injeções por via subcutânea de doses diluídas e crescentes do extrato, que em geral contém uma única substancia (alérgeno), que pode ser administrada em vários esquemas, geralmente uma vez por semana, até se atingir determinada dose. A partir daí, tem início a fase de manutenção onde a dose máxima atingida na primeira etapa é injetada mensalmente.
6- Quanto tempo dura o tratamento?
Embora esta resposta não esteja totalmente estabelecida, os consensos indicam o período de três anos para as substâncias inalatórias (ácaros da poeira, pólen, cão, gato, fungos, baratas) e cinco anos para veneno de insetos. Uma vez terminado o tratamento, seus efeitos permanecem por vários anos após a suspensão das vacinas.
7- Quais as contra-indicações e riscos das vacinas de Alergia? Que cuidados devemos tomar para evitá-los?
A imunoterapia específica (vacinas para alergia) é um procedimento bastante seguro. Contudo, existe o risco de ocorrência de reações locais e sistêmicas. Na imunoterapia subcutânea, o risco de reações locais é estimado na faixa de 0,7% a 4% das aplicações e o de reações sistêmicas entre 0,06% e 1%. As reações sistêmicas podem variar de sintomas leves localizados em um órgão/sistema (ex: urticária, rinite ou conjuntivite); moderadas, que acometem mais de um órgão/sistema, tais como crise de asma e sintomas gastrintestinais, a graves, destacando-se o edema de glote e choque anafilático. As reações sistêmicas graves são extremamente raras, estimadas em uma por um milhão de aplicações.
As medidas recomendadas para a redução do risco de reações adversas sistêmicas incluem a avaliação do paciente antes de cada aplicação de vacina subcutânea, não aplicar a vacina durante crises alérgicas, os pacientes com asma só devem iniciar a imunoterapia após a estabilização do quadro e realização de imunoterapia sob a supervisão de profissional especializado e capacitado.
As principais contraindicações para a realização de imunoterapia são as seguintes: asma grave ou não controlada, uso de beta-bloqueador, neoplasia maligna (câncer) e doenças autoimunes.
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